Diário do mercado, 3ª feira, 31.05.2016
BMF Bovespa cai 1,09%, fecha o mês em 48.471 pontos e acumula desvalorização de 10,09% em maio.
Dólar sobe 1,13% para R$ 3,6109
Ibovespa caiu pressionado por ações do setor financeiro, em dia de dados de superávit primário e de taxa de desemprego
Bolsa, [-10%] em maio
O Ibovespa encerrou a sessão desta 3ª feira (31.05) em queda, aos 48.471 pts (-1,01%), acumulando no mês de maio desvalorização de 10,09%. No ano, no entanto, a variação ainda é positiva em 11,81%. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 9,90 bilhões [em 31.05], sendo R$ 9,75 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 27 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 147,94 milhões da bolsa, que acumula agora saldo negativo de R$ 1,444 bilhão em maio, mas, ingresso líquido de R$ 11,85 bilhões no ano. Neste mês, os destaques de performance positiva ficaram por conta de:
Suzano PNA (+11,65%),
Rumo ON (+10,75%),
JBS ON (+10,62%),
Fibria ON (+9,94%) e
Equatorial ON (+7,19%),
enquanto no lado negativo,
CSN ON (-50,23%),
Gerdau Metalúrgica PN (-33,68%),
Usiminas PNA (-33,20%),
Gerdau PN (-28,68%) e
Vale PNA (-28,59%).
Superavit Primário em abril: R$ 10 BI inesperados
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 10,182 bilhões em abril, conforme informou o Bacen.
Apesar de se tratar do pior resultado para o mês desde 2004, o número surpreendeu positivamente o mercado, que esperava saldo positivo de R$ 1,9 bilhões.
Também, estabelecendo um novo recorde na série, a taxa de desemprego, medida pela PNAD contínua do IBGE, atingiu 11,2% no trimestre findado em abril. O número, ainda que expressivo, era aguardado pelo mercado, sendo estimado em 11,1%
Fundo do Poço é passado: 1º trimestre
Cabe frisar que [esse] indicador, mesmo em um cenário com expectativa de melhora da economia, reage com significativo atraso a ciclos econômicos - lembrando que no cenário econômico, entendemos que o “fundo do poço” deve ter acontecido no primeiro trimestre deste ano.
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Indicadores Externos
Na agenda externa, em destaque nos EUA, o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,3% em abril na comparação com o mês anterior e teve crescimento de 1,1% na comparação anual. O núcleo do índice, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, teve alta de 0,2% no mês em abril e subiu 1,6% na comparação anual (variação igual ao de março-16/março-15) - sendo este último dado acompanhado pelo Fed como um dos balizadores para tomada de decisão de sua política monetária.
Ambos vieram estritamente em linha com as expectativas dos analistas e não ajudaram a solidificar nenhum viés sobre a probabilidade de aumento da taxa de juro norte-americana, atualmente mais cotada para elevar-se apenas no segundo semestre e não na próxima reunião do Fomc, em 15 de junho
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Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio [no Brasil], o dólar norte-americano encerrou a sessão cotado no interbancário a R$ 3,6109 (+1,13%), consolidando-se nos patamares acima da importante marca dos R$ 3,50.
O CDS de 5 anos do Brasil (medida de risco-país) avançou, e fechou o dia em xxx pts, ante 351 pts na véspera, também consolidando-se acima do importante nível de 330 pts.
No mercado de juros futuros na BM&F, o dia foi de avanço ao longo de toda extensão da curva, acompanhando o deslocamento do dólar, e refletindo a maior aversão ao risco atrelado a Brasil por conta dos agentes.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 31.05.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, ambos do BB INVESTIMENTOS.